segunda-feira, fevereiro 02, 2004

Diálogos imaginários e caramelados

Quando eu penso que tenho que parar de imaginar coisas, não é que durante um diálogo imaginário com pesoas imaginárias, travado na minha cabeça às 3 da madrugada de ontem, eu tenho uma das melhores idéias que eu tive nos últimos dias? O diálogo era sobre super-heróis e eu estava explicando pros meus interlocutores por que eu não gosto de super-heróis. Eu não gosto de super-heróis porque eles têm super-poderes poderosos. É muito fácil salvar o mundo quando se tem super-poderes poderosos. E é por isso que eu gosto do Batman. A única coisa que ele realmente tem é dinheiro. O que eu também não tenho, mas acho mais fácil de arrumar do que, por exemplo, visão de raio-x. É por isso que eu implico com os X-men. Cadê os mutantes esdrúxulos? Por que eles não acolhem lá naquela mansão-escola deles o menino-mutante cujo poder é transformar chiclete de uva em de maçã-verde? Ou que consegue fazer arco-íris onde quiser? Ou colorir as coisas só com o olhar? Enfim.

- Quero ver um super-herói com um super-poder idiota, - disse eu - como o poder de se comunicar telepaticamente com gatinhos.
- O que? Gatinhos? - interrogou um intrigado interlocutor (sim, eu gosto dessa palavra!).
- É, gatinhos filhotes. Ele se comunica com eles. Os gatinhos entendem tudo que ele pensa. - disse eu - Claro, que eles são gatos e não vão obedecer porra de ordem nenhuma, mas enfim. Pelo menos eles entendem.
- Pô! Mas isso aí num serve pra nada! - retrucou um 2o interlocutor (na minha cabeça eram 4).
- Exatamente! Queria ver super-heróis assim. Ou (e agora prestem atenção na minha genialidade!) um cara cujo poder era caramelar as coisas com raios-caramelo que saem das mãos dele - eu respondi.
- Quê?! Cacete! Que viagem! Raios de caramelo? - se espantou o 4o interlocutor.
- É! O cara podia se chamar.. CarameloMan! - eu disse - E ele podia até voar por aí, que nem aquele surfista prateado. E ele prende os bandidos caramelando eles.
- Caraca! Isso pode até ficar legal... - exclamou o 4o interlocutor de novo.
- Pois é - disse eu empolgada - e seria bacana também se o cara, o CarameloMan, fosse um super-herói de verdade, efetivo. Que funcionasse mesmo. Só que, por causa do super-poder esdrúxulo, ninguém levaria ele a sério... Esse seria o drama dele. Ele é um super-herói que prende os bandidos, evita os crimes, mas não é levado a sério pela população que ele protege só porque tem um super-poder risível.

Pois foi isso. Agora fiquei com essa idéia na cabeça, tenho que tentar pensar em roteiros pras aventuras do CarameloMan. E tenho também que achar um desenhista, porque isso está acima das minhas possibilidades desenhísticas. Alguém se habilita?

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