sexta-feira, julho 23, 2004

Porque os fantasmas

Uma quinta-feira e essa música. Uma quinta-feira, uma sexta-feira e um fantasma. Um pensamento fantasma a martelar a cabeça. Fantasma que vem de longe. Fantasma que está longe. Longe demais pro meu gosto.

 
Not much a friday night, pinball
Glorious sight walked out of the past and into the bar
I used to think about you all the time
I would think about you all the time
Now it just feels weird, cause there you are

The damage is done

I feel like a kid again
My eyes are glued to the floor
I hope i mumbled goodbye as you walked out the door

(Damage - Yo la tengo)

terça-feira, julho 20, 2004

Sim, me rendi ao Orkut

Só ainda não sei o que fazer com ele. Ô trocinho inútil...
Entrei em umas comunidades, só comunidades de coisas que eu gosto de discutir. Matemática, Grothendieck, Borges. Nem do Gaiman entrei ainda. Ainda não me entendi com esse treco e tô sentindo que daqui a pouco abandono o barco.

quinta-feira, julho 15, 2004

Errata

Complicação de amigdalite não é meningite, é febre reumática.
Agora digam: "Ah bom! Bem que eu achei estranho..."

quarta-feira, julho 14, 2004

Amigdalite: eu tive

Nunca tinha tido antes, então quando começou achei que era gripe. Achei até bom gripe sem catarro. Catarro é um saco. Mas amigdalite é uma merda. E merda é pior que saco. Pus. Pus é pior que catarro. Pus nas duas amigdalas. E minha mãe dizendo "complicação de amigdalite é meningite!". Agora estou melhor, mas foram uns 4 dias quase sem comer. De sábado a terça. Hoje comi bastante. Arrozinho com feijão, alfacinha, farofinha e hamburguinho com batatinha. E mate, que estou atrás de mate desde a semana passada. Mate de copinho, industrializado. Mate leão. Sempre que eu tomo mate leão de copinho industrializado eu vejo a foto do bicho e sempre que eu vejo a foto do bicho que lembro do Zico. Não o Zico galinho de Quintino. O Zico gato que meu irmão teve que morreu com 15 anos há um tempo atrás. Irmão da Xuxa gata que eu tive que morreu com 18 anos final do ano passado. Mesma ninhada. Xuxa nunca teve amigdalite, nem Zico. Meu irmão teve várias, pobrezinho. Dizem que eu sempre estou doente e dizem a verdade, mas também é verdade que sé fico doente de doença besta. Sempre gripe, quase sempre. Mas amigdalite... de onde eu peguei isso?

terça-feira, julho 06, 2004

A palo seco

Se você vier me perguntar por onde andei
no tempo em que você sonhava,
de olhos abertos, lhe direi:
- Amigo, eu me desesperava.
Sei que, assim falando, pensas
que esse desespero é moda em 73.
Mas ando mesmo descontente.
Desesperadamente eu grito em português:

- Tenho vinte e cinco anos de sonho,
de sangue e de América do Sul.
Por força deste destino,
um tango argentino
me vai bem melhor que um blues.
Sei que, assim falando, pensas
que esse desespero é moda em 73.
E eu quero é que este canto torto,
feito faca, corte a carne de vocês.

(Belchior)


(Na minha cabeça há alguns dias, na versão Los Hermanos.)

Verdade

O Heitor anda pela cozinha pensando em sonhos. Eu fico na cama e pensava em verdade. Pensava em questões inúteis, como sempre. Pensava no quanto eu minto pra mim e será que sou só eu? Ou será que - como me disseram uma vez - eu percebo minhas mentiras enquanto a maioria nem pensa no assunto? Pensava na minha antiga obsessão com a verdade, em não mentir pros outros. Acho que quando você mente e quer parar de mentir, você deve começar por algum lugar. Você deve começar por onde é mais fácil. Você deve começar pelos outros.

Eu pensava no que eu quero. Em por que eu quero as coisas que quero. Não, não em por que eu quero. Em se sou realmente eu que quero, se não é uma invenção, se eu não quero porque meus amigos querem, porque é legal, mais fácil, pra evitar pensar demais, porque pensar cansa e por vezes dói. Por mais de uma vez me achei em uma bifucação do caminho onde eu poderia inventar uma paixão ou seguir com o que seria verdade. Com o que eu chamo de verdade porque foi por onde eu segui. Se tivesse ido pelo outro caminho, não seria também verdade?

Se eu acho que tudo é escolha. E eu disse tudo, vida, morte, roupa, gosto, sexo, amigos, amor, carreira, tesão, tudo. Se eu acho que tudo é escolha então qual a diferença entre escolher e escolher que outros escolham por você? Algum é mais humano, mais verdadeiro, mais real? Eu ando tendo pesadelos, eu escolho ter pesadelos. Eu escolho ter medo das coisas que tenho medo. Também escolho deixar de ter.

Porque eu acho - eu escolho achar - que eu sou eu inteira. Não sou só a minha parte consciente, sou tudo. Não só a parte que pensa "eu quero ir ao cinema" mas também a parte que pula com barulhos abruptos. Porque a questão é, quando te cortam e separam seu dedo. Qual das partes é você? E quando te cortam ao meio? E quando separam a parte que sonha da parte que fala e decide tomar mais uma cerveja? Qual é você? Quem é você?