quinta-feira, dezembro 22, 2005

All work and no play makes Gedilha a dull girl.

All work and no play makes Gedilha a dull girl. All work and no play makes Gedilha a dull girl. All work and no play makes Gedilha a dull girl. All work and no play makes Gedilha a dull girl. All work and no play makes Gedilha a dull girl. All work and no play makes Gedilha a dull girl.

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All work and no play makes Gedilha a dull girl.

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Uma idéia

Existem duas pessoas batendo ao mesmo tempo em uma porta. Uma de cada lado da porta. Nenhuma delas sabe se está do lado de dentro ou do lado de fora.
Dois finais possíveis: num deles a porta nunca se abre; no outro a porta se abre mas as duas pessoas já estão mortas. A primeira estória poderia ser uma parábola da dificuldade de comunicação ou do abismo que é o outro; a segunda dos perigos do tempo e a moral pode ser que Deus é onipotente, mas o homem deve buscar os meios de ser ajudado.

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A idéia é de Juscelino Bezerra, o primeiro parágrafo é dele. Ele queria fazer um paradoxo no seminário, eu roubei a folha e fiz o segundo parágrafo.

ps.: Primeiro pensei em Kafka, mas Hawthorne se encaixou melhor.

sábado, dezembro 03, 2005

A outra, a mesma

Lá fora estava sol, mas ela saiu mesmo assim. Fazia sol e estava quente e ela não gostava da claridade e do calor. Nunca gostou de sol e isso, ela achava, tinha sido o motivo. Porque ele gostava de sol, gostava de luz e calor. Tinha sido por isso. Bom, pelo menos esse era um dos motivos, disso ela tinha certeza. Um dos principais motivos. Por isso, hoje, com o sol de tarde de verão no Rio de Janeiro, ela pôs os óculos escuros, o chapéu, e saiu da escuridão fresca do apartamento para o firno insuportável das ruas.
Andava rápido, decidida, a passos largos e sem olhar para os lados. Então se deu conta de que não tinha nenhum lugar para ir nem nada para fazer. Foi diminuindo o passo até parar. "O que as pessoas fazem na rua a essa hora?" pensou. Olhou em volta. Estava no seu bairro mas não reconheceu ninguém.
Hesitou, parada no meio da calçada, percebeu as pessoas a olharem curiosas. "Ninguém fica parado no meio da calçada" pensou. Escolheu uma direção e pôs-se a andar. "Quando em Roma, faça como os romanos." Resolveu que esse seria seu novo lema e com isso em mente, observava as pessoas. Essas pessoas que passeam no sol nas tardes de sábado, com pouca roupa e de chinelo. Alguns levavam cachorros ou andavam de bicicleta ou patins. Uns tomavam sorvete e muitos pareciam vir da praia.
Aos poucos acabou tomando uma nova decisão. Decidiu que ela seria uma daquelas pessoas que gostam de passear no sol em tardes de verão. Tirou os óculos escuros e tomou um picolé. Num camelô comprou uma canga. "Amanhã deve fazer sol de novo" pensou, "amanhã eu vou à praia."
Pensou que o dia estava mesmo lindo e decidiu só voltar para casa quando escurecesse. Mais tarde, ao telefone, estranhou o espanto de uma amiga que dizia:
-- Mas você não gosta de praia!
-- Não, eu sempre gostei.
-- É?
-- Eu sempre gostei.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Cidade

Quando eu ando de ônibus, e eu ando bastante de ônibus, é bom, o coletivo é bom, quando eu ando de ônibus na janela eu olho os topos das árvores com as folhinhas, ou os topos dos prédios e as fachadas das casas, ou as caras das pessoas e as cores das roupas.
Eu presto atenção no desenhos das folhas, nos prédios que têm plantas no terraço, nas janelas e portas das casas, nas velhinhas e nos mendigos. Às vezes, mas só às vezes, eu olho as nuvens.
Eu conheço a cidade por onde eu passo de ônibus em tantos detalhes e eu sei que é a mesma cidade, mas a que você vê é outra.

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A cidade dos mendigos, da gente que mora nas ruas, essa é outra. E eu não posso ver essa, assim como eles não compreendem aquela. Porque ver é compreender. O selvagem não vê a bíblia do missionário e para o missionário, todos os colares são iguais.
Pensei que eles, nas ruas, eles estão dentro da cidade, eles vêem a cidade de de dentro; nós estamos fora e a vemos de fora. (Percebi depois que isso é uma falácia: a cidade é tudo.)
Pensei que eles também me vêem.
Pensei naquela música. "I'll never know you like you know yourself; you'll never know me like I know myself."
Peecebi o que está nas entrelinhas: eu nunca vou me conhecer como você me conhece; você nunca vai se conhecer como eu te conheço.