Ontem entrei numa igreja que, eu juro, é a igreja mais bonita que eu já vi. A que mais me impressionou. Eu já tinha passado por ela outra vez, e me impressionado porque é linda por fora. Com figuras bonitas e um domo azul. E textos em russo. Igreja ortodoxa russa. Mas não tinha entrado ainda, então fiz isso ontem. A igreja é em forma de cruz, um russo me disse que é o formato usual. E os bancos, os bancos não são enfileirados como nas igrejas católicas que eu conheço. Não, eles ficam encostados nas paredes, rodeando toda a igreja. Uma das paredes é reservada ao altar. Quando eu entrei, ouvi uma música em russo, mas como só vi um homem sentado num desses bancos, achei que era música gravada, algum cd de música de igreja. Mas não, e isso eu só vi muito depois, eram dois sacerdotes cantando. Eram os dois cantando, lendo do livro, de costas pro resto do mundo, como se estivessem cantando pra eles mesmos ou pra ninguém ou pra deus. Fiquei extremamente impressionada. Mesmo. Foi a experiência mais espiritual que já tive. Não pude ficar por lá muito tempo, pelo menos não tanto quanto gostaria. Por mim ficava até o final, até terminar o culto, a reza, o rito, a música, enfim, o que for que estivesse acontecendo ali. Preciso voltar lá e ver e ouvir aquilo de novo. Preciso encontrar uma igreja assim no Rio. Não digo que vou me converter ou mesmo que me interesse entender o que acontece ali, porque acho que o mais interessante pra mim é o mistério daquele rito estranho que me pareceu saído de uma época antiga e já morta e esquecida. Me pareceu estar olhando e tomando parte de algo tão maior e antigo que eu não poderia compreender mesmo que tentasse. Mesmo que quisesse. E eu não quero. Não quero explicações. Só quero ver e ouvir aquela mágica de novo.
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