Analogia é um troço tão importante que a gente até esquece o quanto usa. Todo dia, o tempo todo. Um título alternativo presse post era "O cotovelo da perna é o joelho", e é isso mesmo. O cotovelo da perna é o joelho, a cueca das garotas é calcinha, o futebol dos indianos é críquete. A gente funciona por analogia, é assim que aprendemos. A imitação só faz um pedaço, o resto sai por analogia mesmo. Meu amigo tentou pular do muro e quebrou a perna; por analogia, se eu pular do muro, eu quebro a perna. Meu amigo colou na prova e a professora percebeu e deu zero; eu, se colar na prova, tiro zero. Eu, nessa tal situação me sentiria assim, logo Fulano, que está numa situação semelhante, deve estar se sentindo da mesma maneira. Eu, nessa situação me comporto assim, logo Fulano, que se comporta da mesma maneira, deve estar na mesma situação. Eu, quando sinto isso, faço tais e tais coisas; assim, se Fulano faz tais e tais coisas parecidas, deve estar sentindo algo parecido.
Bonito, né? Pena que não funciona tão bem. Não funciona porque a gente nunca faz o que gostaria que o outro fizesse. Não devia ser assim, né? Pela teoria, se a gente gostaria que nos dissessem tal e tal coisa então, por analogia, o outro ia mesmo gostar que a gente dissesse tal e tal coisa. Né? Então a gente devia dizer, né? Devia dizer. Devia dizer um 'pô cara, vou sentir saudade' ou 'liga quando cê voltar'. Tsc. O problema com as teorias é que elas só funcionam na teoria.
Em caso afirmativo
Há 7 anos